Palavra Pastoral IMeL Saúde 89

30 de Outubro de 2021

Uma boa maneira de avaliar nossa própria espiritualidade talvez deva começar pelo reconhecimento genuíno de que não temos uma boa régua para avaliá-la. Deus é quem nos avalia, quem nos julga, quem sonda nossas motivações e pensamentos, antes que se formem ou cheguem aos nossos lábios. Ainda assim, cremos que o Senhor nos ajuda, nos dá parâmetros para que examinemos nosso coração, assim como a oportunidade para que nos arrependamos, e mudemos nossos caminhos.

Quando, por exemplo, nos indignamos com a sexualidade alheia, mas não nos movemos quando essa mesma pessoa (de quem talvez possamos discordar em seus juízos de valor) sofre injúria ou violência, talvez devamos reconhecer que nosso radar moral esteja desajustado. Quando não lamentamos nem sofremos com aqueles que passam fome, mas nos indignamos com a queda na Bolsa de Valores, é possível que nossa compaixão esteja desfocada, ou mesmo desligada. Quando “passamos pano” para quem diz ou faz barbaridades, só porque nos identificamos ideologicamente com aquela pessoa, algo está profundamente errado em nossas escolhas e fidelidades.

É certo que o autoexame pode ser algo difícil de ser bem realizado. Nosso coração é enganoso demais para isso. Por isso precisamos de um compasso moral que está fora de nós, no caso de nossa fé, na Palavra; também da comunidade, em saudável correção mútua; do Espírito, que é o único capaz de convencer de todo pecado e injustiça. Longe da Palavra, fora da comunidade, e com ouvidos fechados à voz do Espírito, estaremos em maus lençóis. Que bom que um Deus cheio de amor segue vindo até nós, para nos alcançar e nos transformar. Que venha sua boa régua, a adequada avaliação e a transformação do seu mover em nós.

Para meditar

Meditemos nessa semana sobre como anda a nossa fé.

”A maioria dos crentes tem momentos fugazes (ou horas, ou dias, ou anos) de dúvidas, e o inevitável autoexame que sucede não só é normal, mas pode ser bom e saudável. (...) tal exame pode ser uma evidência de uma fé viva – uma fé ativa, que cresce e que dá frutos. Em contraste, uma fé que nunca se sente desafiada é muito provavelmente uma fé morta”.
Karen Swallow Prior

Fiquem todos na paz do Senhor,

Kodo, Ziel e Ricardo
Pastores IMeL Saúde