Palavra Pastoral IMeL Saúde 140

15 de Outubro de 2022

Você se acha melhor do que os demais? Imagina que Deus tenha te escolhido porque viu algo bom em você, e que outros sofrem porque mereceram? Está seguro em sua própria autossuficiência, e assim você acaba olhando com superioridade e condescendência para os outros, que não saberiam das coisas como você sabe? Pois bem, parece então que as palavras que Jesus dirigiu a algumas pessoas em Lucas 13:1-8 serviriam para você e, claro, para mim também. 

Jesus ali confronta a ideia comum de que coisas ruins só acontecem a pessoas ruins. Ele nos lembra que na verdade somos todos pecadores, e assim somos todos necessitados da graça de Deus. Além disso, ele nos recorda que o único caminho para todos nós é o do arrependimento. E com a parábola da figueira, na sequência, ele reforça que se não produzimos em nossas vidas frutos dignos desse arrependimento, o juízo de Deus virá sobre nós. Em outras palavras, de nada adianta usar o nome de Deus, ou se dizer religioso, de nada serve dizer que tem fé se com a nossa vida não expressamos isso de maneira concreta, em nossas palavras, em nossas ações, naquilo que defendemos ou em como nos relacionamos com os demais.

Ainda na mesma parábola, somos recordados que há aquele que cuida e aduba a figueira, na esperança de que ela ainda dê frutos. Jesus, o grande agricultor, faz essa obra em nós. Mas essa expressão de sua misericórdia, o tempo que ele nos dá para que produzamos frutos, também tem o seu prazo. Caso não se produza frutos, ele manda cortá-la. Textos assim difíceis nos ajudam a refletir mais, a ponderar, a orar, na esperança de que essa santa perturbação que vem de Deus produza em nós os frutos que ele deseja.

Ricardo Borges