Palavra Pastoral IMeL Saúde 197

A gente se acostuma

Dezembro chegou e com ele os preparativos para o Natal. E nesse clima de Natal, me lembrei de uma crônica escrita por Marina Colasanti, "Eu sei, mas não devia". 

"...A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração..."

"E o que isso tem a ver com o Natal?", talvez você se pergunte. Às vezes, tenho a impressão de que a gente se acostuma com o Natal e com a correria de fim de ano e a gente se esquece que Jesus não nasceu em um palácio, seu primeiro berço foi uma manjedoura (Lucas 2:7), se esquece que seus pais tiveram que fugir escondido do país para que ele não fosse morto (Mateus 1:13-20). Se esquece que entre seus antepassados tem histórias de família (histórias de abuso) que bem gostaríamos de esquecer (Mateus 1:1-17). Se esquece que a Bíblia nos conta que esse menino que nasceu é o próprio Deus. Seu nome é Jesus, "ele nos salva dos nossos pecados" (Mateus 1:21). Seu nome é Emanuel, "Deus está conosco" (Mateus 1:23).

Que nesta correria de fim de ano, de muitas comemorações, presentes, lembranças boas e ruins, a gente guarde e aprecie os bons momentos para celebrar juntos o que o Natal significa de verdade. Nesse domingo 3 de dezembro, com a celebração especial de Natal com as nossas crianças e suas famílias. E no domingo 10 de dezembro com aquela celebração que fazemos pela tarde, às 17hs, junto com nossos convidados.  Que nessas celebrações possamos nos recordar que o Deus criador do céu e da terra 'se fez gente e veio habitar entre nós' (João 1:14). 

Ruth Borges