Palavra Pastoral IMeL Saúde 146

26 de Novembro de 2022

As lições deste ano e os novos mestres

Estamos há poucos dias do último mês do ano, o que nos permite olhar para ele de maneira retrospectiva. Quais foram nossas metas no início deste ano? Quais alcançamos? Quais não? Pelo que somos agradecidos a Deus? Será que terminamos este ano tendo alcançado maior maturidade emocional e espiritual? Que lições nos ensinam as consequências de nossas escolhas?

Nas Escrituras Sagradas encontramos a seguinte orientação: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas. Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema ao Senhor e evite o mal. Isso lhe dará saúde ao corpo e vigor aos ossos”. Provérbios 3:5-8

O texto indica a possibilidade de duas formas de viver, que são diferentes entre si. Estas diferenças implicam em caminhos e resultados distintos. Podemos confiar no Senhor e todo coração ou podemos depositar nossa confiança em nosso próprio entendimento. Grande risco! Afinal, nossa visão é tão limitada, parcial e tão breve (em minutos esquecemos de nossa aparência, depois de termos nos olhado no espelho). Por que damos peso de eternidade a nossa visão tão limitada e fugaz? Por mais amplo que seja nosso entendimento, ele não dá conta de toda nossa existência. A vida é mais ampla, complexa, difícil e surpreendente. Uma visão limitada nos leva a escolhas que ficam muito aquém daquilo que nossa vida precisa. Sendo assim, o texto bíblico sugere; “confie no Senhor de todo coração!”
O texto nos recomenda a não confundir conhecimento com sabedoria. Uma coleção de diplomas não nos torna mais sábios necessariamente. Todos conhecemos histórias de diplomados que, na gestão de suas vidas, fazem péssimas escolhas. Não é à toa que o livro de Provérbios afirma que “o princípio da sabedoria é o temor do Senhor!” (Pv.1.7) Temor não é medo. Temor é aquela forma respeitosa de se aproximar. O medo nos assusta e nos faz fugir, temor nos aproxima de forma reverente e atenta, dispostos a ouvir, focado em escutar com toda atenção. Um coração que teme ao Senhor, conforme nos diz o texto, “reconhece ao Senhor em todos os seus caminhos”. 

Como se evidencia este reconhecimento em nosso dia a dia? Sugiro duas evidências: o compromisso em obedecer ao que sabemos ser a vontade de Deus e a gratidão que reconhece as bondades de Deus. Nas palavras do salmista sobre a gratidão, lemos: “bendize minha alma ao Senhor e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. Obediência e gratidão são duas evidências deste reconhecimento do Senhor em todos os nossos caminhos.
As vezes nos descuidamos destas advertências e Deus precisa convocar novos mestres para nos ensinar. Quando não damos a devida atenção aos ensinos e as palavras de Deus, o Senhor convoca as consequências para nos ensinar. O texto, de forma positiva, afirma que quando confiamos no Senhor de todo coração, não nos apoiamos em nossos próprios entendimentos, o reconhecemos em todos os nossos caminhos e nos apartamos do mal, o resultado é “saúde ao corpo e vigor aos ossos”. Ou seja, de forma poética, somos avisados de que nossas escolhas têm consequências e de que as consequências podem nos ensinar, podem nos ajudar a rever nossas escolhas e seus resultados.

Ao chegar ao final deste ano, que realidades revelam as consequências de nossas escolhas? Saúde ou falta de saúde? Avanços ou retrocessos? Maior confiança e gratidão ao Senhor ou certas suspeitas da bondade de Deus?

Gostaria de sugerir que vocês pudessem fazer um inventário no final de cada dia. Avaliando a “colheita”, pensando nas consequências de cada escolha. O mesmo Senhor que nos ajuda a crescer por meio de sua graça, nos permite reconsiderar nossos caminhos, avaliar cada decisão e fazer novas escolhas. Escolhas que reflitam uma confiança renovada no Senhor e em sua palavra e não mais em uma indevida confiança em nosso próprio entendimento.
Deus lhes abençoe neste processo de escuta atenta ao Espírito Santo!

Um forte abraço

Ziel Machado