Palavra Pastoral IMeL Saúde 176

8 de Julho de 2023

Refúgio em tempos de angústia

Neste domingo vamos explorar juntos o livro de Naum. O texto desse profeta não se apresenta como uma narrativa histórica e sim como um poema lírico. A poesia seria essa linguagem que nos permite lidar com temas difíceis e escutar mais do que um ponto de vista.

"Os efeitos devastadores de guerras recentes e atuais nos mostram que continuamos a viver em um mundo de ‘montanhas de cadáveres, corpos sem conta’ (Naum 3:3), e por isso ignorar um livro como Naum pode ser uma perda para a igreja e para a sociedade." 
Jacob Onyumbe Wenyi, teólogo congolês.

O livro de Naum fala sobre a queda de Nínive em 612 a.C., a capital do cruel império assírio. A mesma cidade para onde o profeta Jonas foi enviado, cerca de um século antes (2 Reis 14:25; Jonas 1-4). Os assírios eram conhecidos por sua brutalidade imensa, sua crueldade e violência principalmente nas suas conquistas e na construção de seu império. Este livro deve ter sido escrito depois da destruição de Tebas no Egito por Assurbanipal, rei da Assíria, em 663 a.C., antes da destruição de Nínive (612a.C.) pelos babilônios e pelos medos. 

De acordo com o teólogo congolês citado anteriormente, o livro de Naum nos chega como uma mensagem de Deus condenando a Nínive por sua violência (3:1), por sua opressão de outras nações (3:4) e por seu orgulho e insolência contra o Senhor Deus (1:9; 3:8). Em meio à tragédia da violência, o tema da presença divina se apresenta como  o mais importante no livro. O porquê dessa presença ser o foco mais importante será algo que meditaremos juntos nesse domingo.

Ruth Borges