Palavra Pastoral IMeL Saúde 62
9 de Maio de 2021
Na semana passada, ao meditar juntos em nosso culto sobre o valor da vida humana, não imaginávamos que teríamos uma semana tão trágica, outra vez, em que a vida seria banalizada, diminuída, vilipendiada. Talvez ainda pior foi ouvir o discurso dos que defendem mortes como se estivessem a falar de seu clube de futebol ou de sua série preferida. Quando foi que deixamos de ter empatia e paramos de sofrer com a dor alheia? Se você chorou nessa semana, está em boa companhia. Deus também chora ao ver o buraco em que nos metemos.
Algo precisamos aprender nesse período tão difícil que atravessamos. Talvez uma das lições importantes é a que não devemos permitir que nos tornemos brutalizados. O que é absurdo, o que é inaceitável, precisa continuar dentro dessas categorias, e não ser normalizado. Curioso que alguns ainda pensem que isso tenha a ver com posições partidárias. Como discípulos de Jesus, deveremos sempre estar alertas e levantar a voz contra qualquer injustiça e ainda mais se essa violência vem do Estado. E o faremos se, Deus nos livre, vivermos debaixo de uma ditadura de esquerda ou de direita. Para nós importa mais o seu Reino e a sua justiça.
Teremos lado sim, e será sempre o lado da vida, da liberdade e da dignidade para cada ser humano criado à imagem de Deus. Buscaremos sempre falar “em favor daqueles que não podem se defender” e buscar “justiça para os que estão aflitos” (Provérbios 31:8). Nem a pandemia, nem o diabo, nem qualquer força do mal nos tirarão a capacidade de nos indignarmos com a injustiça e com a morte. Que sejam responsabilizados todos que não estão nem aí para a vida. Que não nos encontremos culpados dessa atitude vil nem do pecado da omissão no mundo de hoje.
Oração
Nessa semana nós lhes animamos a orar com a ajuda de um dos pais da igreja do séc. IV, João Crisóstomo:
Oremos ao Senhor!
Pela paz e o bem de nossas almas e toda a comunidade.
Pela Santa Igreja e os seus sacerdotes, pela união de todos os que procuram Deus, pela paz no mundo inteiro.
Por todos os que passam dificuldades e os sobrecarregados.
Por todas as pessoas vaidosas, ciumentas e rancorosas.
Por nossos inimigos e adversários, do mesmo modo, como pelos nossos amigos, benfeitores e próximos.
Por todos os moribundos, cujo último dia e noite tem chegado.
Por todos aqueles que ninguém mais lembra em preces, por todos os que foram excluídos pelos homens.
Por todos aqueles que nós magoamos.
Por todos que pecaram contra a criatura muda e a matéria, por todos os violentos e poderosos, que fizeram derramar sangue e foram implacáveis para com os desamparados.
Fiquem todos na paz do Senhor,
Kodo, Ziel e Ricardo
Pastores IMeL Saúde