Palavra Pastoral IMeL Saúde 222

A Igreja nas costas de um camelo

Será uma alegria ouvir o Marcos Amado nesse domingo, na primeira mensagem em um mês dedicado ao tema da missão de Deus no mundo. Se ficaram curiosos com o título, melhor não perder a mensagem. Eu também não sei o que um camelo tem a ver com a história, mas estou ansioso para ouvir mais a respeito. O que sim sei é que Marcos nos ajudará a ver como obra de Deus tem avançado no mundo árabe, em meio a desafios complexos, devido à maioria muçulmana em muitos desses povos.

Creio que será uma boa oportunidade para revisitar um tema importante das Escrituras, a de que o evangelho de vida e salvação em Cristo é para todos os povos, em todos os lugares. Por diversas razões, a tendência em boa parte do mundo evangélico é a de olhar os povos árabes com desconfiança, quando não hostilidade, e a de louvar a nação moderna de Israel como se ela carregasse o mesmo caráter e como se ela fosse a destinatária das mesmas promessas dirigidas ao povo israelita dos tempos bíblicos. Essa é uma confusão triste, mas bem comum em muitos círculos cristãos.

Ainda que quiséssemos fazer essa identificação, que não creio ser bíblica nem saudável, bastaria então lembrar-se do propósito pelo qual esse povo primeiro foi formado a partir de Abraão. Ser um canal de bênção, um agente, para que pessoas de todas as nações, famílias de todos os povos, em todos os lugares, pudessem experimentar essa reconciliação de todas as coisas. Esquecer que um povo em particular, como o enorme povo árabe, é também destinatário dessa promessa, seria uma terrível omissão de nossa parte. Oramos hoje para que judeus e árabes, para que todos os povos, se submetam ao senhorio de Cristo e experimentem a vida, a paz e a justiça que ele nos oferece.

Ricardo Borges