Palavra Pastoral IMeL Saúde 194
11 de Novembro de 2023
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No domingo passado, ouvimos a história em que Jesus nos conta sobre a oração no caso do Fariseu e do Publicano. Aprendemos que o fariseu, seguro que é bom e justo e que se basta, menospreza os outros como o publicano, e é por isso condenado.
O publicano, por sua vez, reconhece a si como um pecador, e implora a misericórdia de Deus. Deus se compadece e se agrada dessa atitude.
Jesus fala dessas duas posturas na relação vertical com Deus. Como será que essas duas posturas impactam a nossa relação horizontal com o outro, com o próximo, e com a comunidade?
O mesmo Jesus nos ordena em Mateus 22:39 que tão importante quanto nossa relação com Deus, amando-O acima de todas as coisas, é amar nosso próximo, o outro ao nosso lado.
Há pessoas que são como o fariseu, cheias de si, se acham boas e querem ser o centro das atenções, fazem acepção e se acham o máximo, desprezando ou cancelando outras às quais não veem valor.
E há pessoas como o publicano, que se reconhecem muito pecadores, que nada são e pedem misericórdia a Deus e ao receber a compaixão, a distribuem também aos outros.
Na linguagem e no contexto social moderno, essa postura do publicano com o próximo, de humildade, de se reconhecer como menor e valorizar seu próximo chama-se Validação. Esse termo moderno nas ciências sociais veio da Estatística e significa reconhecer e confirmar o valor.
Jesus nos conta várias histórias de validação, sobre importar-se com o outro, colocar a atenção no outro, escutar o outro, e reconhecer e afirmar o outro. Por exemplo, na história da volta do filho pródigo em Lucas 15, validação é a atitude do pai para com seu filho quando o reencontra.
Validar o outro é amar nosso próximo. É aceitá-lo como ele é, e ajudá-lo a crescer em sua identidade e espiritualidade. É incentivá-lo no caminho da comunhão ao criarmos um ambiente seguro, ao afirmar que ele tem valor, que ele importa para nós.
É caminhar no sentido oposto da acepção, discriminação, intolerância e indiferença com as pessoas.
Pastor Ricardo Barbosa, no livro “Caminhos do coração – um ensaio sobre a Trindade”, diz que: “à semelhança do nosso Deus trino, o homem foi criado como um ser em relação, e é nessa relação com o outro que ele encontra sua própria personalidade, e sua própria identidade”.
Silvio Maemura