Palavra Pastoral IMeL Saúde 156
18 de Fevereiro de 2023
Iniciando uma nova série de estudos: Carta aos Gálatas.
Neste domingo iniciaremos uma nova série de exposições bíblicas, tendo como base a carta de Paulo aos Gálatas. O que estaria acontecendo com os cristãos na Galácia que motivou o apóstolo a escrever esta carta? É sobre isso que vamos nos dedicar neste ano, buscando aprender com estes irmãos e irmãs, e aplicar estas lições ao nosso testemunho cristão.
Existe uma história (seria lenda?) curiosa, que descreve o que acontece com um sapo colocado numa panela com água fria que, gradualmente, vai sendo aquecida. A história afirma que o sapo corre um sério risco, por causa de sua capacidade de se adaptar a nova temperatura da água, sem perceber o sério perigo que corre. Chega um momento em que a temperatura da água, de tão quente, mata o sapo. Se ele fosse jogado diretamente na água quente ele teria como perceber o risco e fugir da panela, mas, quando é colocado em água fria, que tem sua temperatura aumentada de forma gradual, a incapacidade de identificar o risco, devido a sua capacidade de adaptação, o leva a morte. Será que como igreja de Jesus Cristo corremos este risco? Será que somos facilmente adaptáveis ao nosso entorno, mesmo que este entorno ofereça um alto risco para a saúde de nossa fé? Será que os riscos são apenas externos?
À medida que o Evangelho foi se espalhando pelo Império Romano levando muitos não judeus a decisão de seguir a Jesus Cristo, surgiu, no meio da comunidade cristã, o debate sobre a necessidade de que os não judeus convertidos a Cristo seguissem as leis dos judeus (Atos 15. 1-33), de outra forma eles não seriam aceitos por Deus. A carta de Paulo aos Gálatas é uma resposta a este debate. Ele combate, com palavras fortes o que ele considera um falso evangelho.
Estas pressões que corrompem o Evangelho podem surgir no meio da comunidade cristã ou no entorno. É de fundamental importância estar firme nos fundamentos do Evangelho e atento aos riscos que surgem como ameaça a vida da igreja, seja pelos perigos internos ou externos. Thomas Oden identifica estes riscos na história da igreja da seguinte forma:
“A presença cristã no mundo mudou da concessão idólatra à acomodação, da acomodação ao ajustamento, do ajustamento à entrega à rendição moral. Quando o evangelho da graça é abandonado, o que se segue é uma gradual adaptação de outros valores ao abandono do evangelho, culminando com a assimilação do cristianismo pela modernidade desesperançosa”.
Que o Senhor nos permita, ao longo destes estudos, fortalecer nossa compreensão dos fundamentos de nossa fé em Jesus Cristo, e nos permita viver um testemunho cristão livre destes desvios provocados pelas pressões internas ou externas, que ameaçam nossa confiança no Evangelho de Jesus Cristo.
Um forte abraço
Ziel Machado